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Estão abertos os editais para Submissão de minicursos e proposição de comunicações livres!

Postado por Semana de História da UFV em 11/ago/2024 -

A Comissão Organizadora da Semana de História da UFV, abre chamada para o envio de propostas para ofertas de minicursos e comunicações livres no evento “Entrelinhas: o fazer histórico no tempo presente, que ocorrerá entre os dias 25/11/2024 à 29/11/2024.

Leia os editais disponíveis para submissão que se encontram em nosso link na bio do nosso perfil, e lembrando que eles estarão abertos dos dias 22 de julho até 28 de agosto. E informando que NÃO haverá prorrogação dos prazos, os editais tem data para ir até dia 28 de agosto mesmo, então não percam tempo!

Venha fazer parte dessa semana com a gente!

Os editais podem ser encontrados na aba de Editais ou nos links abaixo:




IX Semana de História

Postado por Semana de História da UFV em 08/maio/2024 -

ENTRELINHAS: O FAZER HISTÓRICO NO TEMPO PRESENTE

A Semana de História da Universidade Federal de Viçosa apresenta sua nona edição, com o título Entrelinhas: O fazer histórico no tempo presente. A edição trabalha com uma ideia principal: as contribuições de historiadores e historiadoras para a compreensão do tempo presente. Assim posto, buscamos pensar além do superficial, entender permanências, rupturas e novos elementos que estão presentes no campo historiográfico. Para isso, trazer ao debate o martinicano psicanalista Frantz Fanon é essencial. Ao analisar o processo colonial, o autor apresenta como a dominação extrapola a dimensão econômica da realidade. A violência, fundamental para a manutenção das bases da sociedade colonial, dispõe de instrumentos materiais e simbólicos que erguem o colono como o referencial, o bem, o progresso para o lugar ocupado. Por outro lado, o colonizado seria inferior, e por meio desses dispositivos ideológicos o próprio colonizado passa a ver isso como um fato. Entendemos que esse diagnóstico da situação colonial nos permite analisar como algumas violências se perpetuam, com máscaras e modos de ocultar-se, e se recriam no Sul Global como formas de controle das diversas configurações de vida de outros povos. A manutenção do Homem branco, moderno, cristão, europeu permanece, e esse eurocentrismo impacta no modo como as sociedades e formas de saberes são construídas. Por trás do véu de uma História universalista, existem diversas “Histórias” dissidentes.

Destinamos à Semana de História o espaço devido para discutirmos para além da linear e homogênea construção positivista do conhecimento científico das humanidades, que se faz demasiado arraigado na estrutura social das mentalidades. Propomos, assim, a possibilidade do encontro, sendo histórico, ancestral, oral, político e dissidente. Naturalmente, o intuito do presente projeto é abordar, a partir de alguns princípios norteadores fanonianos, as condições de Poder que inferem no discurso semântico e semiótico, a fim de introduzir um locus de dominância social em classes, sujeitos e grupos subalternizados. Com isso, nossa produção irá se conduzir por essas “entrelinhas” de histórias simultâneas, que não foram mitigadas por completo pelo aculturamento colonizador. Portanto, a intenção é incitar ao debate e à discussão historiográfica as vivências e as existências que perpetuam-se subalternizadas ante a ótica colonial: o que se apercebe neste tempo presente são práticas semelhantes a do passado, encontradas numa outra configuração de tempo, técnica e discurso, sob uma roupagem moderna e métodos mais sofisticados, à nova “Velha roupa colorida”. Portanto, torna-se primordial estabelecer recuos históricos para analisar a continuidade sistêmica de um Poder que ainda se manifesta sob a égide de avanço, civilização e progresso, surtindo como efeito o colonialismo digital, o ufanismo, o genocídio, o sionismo, a transfobia e o eurocentrismo, e tendo, assim, o papel da IX Semana Acadêmica de História a responsabilidade de trazer às mesas o debate histórico em suas entrelinhas, que, por vezes, acabamos por deixar escapar, manifestando, também, o intuito de capacitação continuada de professores/as diante da discussão do fazer histórico no tempo presente.

APRESENTAÇÃO

A Semana de História da Universidade Federal de Viçosa apresenta sua nona edição, com o título Entrelinhas: O fazer histórico no tempo presente. A edição trabalha com uma ideia principal: as contribuições de historiadores e historiadoras para a compreensão do tempo presente. Assim posto, buscamos pensar além do superficial, entender permanências, rupturas e novos elementos que estão presentes no campo historiográfico. Para isso, trazer ao debate o martinicano psicanalista Frantz Fanon é essencial. Ao analisar o processo colonial, o autor apresenta como a dominação extrapola a dimensão econômica da realidade. A violência, fundamental para a manutenção das bases da sociedade colonial, dispõe de instrumentos materiais e simbólicos que erguem o colono como o referencial, o bem, o progresso para o lugar ocupado. Por outro lado, o colonizado seria inferior, e por meio desses dispositivos ideológicos o próprio colonizado passa a ver isso como um fato. 

Entendemos que esse diagnóstico da situação colonial nos permite analisar como algumas violências se perpetuam, com máscaras e modos de ocultar-se, e se recriam no Sul Global como formas de controle das diversas configurações de vida de outros povos. A manutenção do Homem branco, moderno, cristão, europeu permanece, e esse eurocentrismo impacta no modo como as sociedades e formas de saberes são construídas. Por trás do véu de uma História universalista, existem diversas “Histórias” dissidentes.

O tempo presente convive com novos capítulos de um conturbado momento geopolítico, onde novas páginas de conflitos já a muito perpetuados fazem urgente o aprofundamento do debate histórico, dado o crescente governos conservadores, a virada do protagonismo econômico global, conflitos como Israel-Palestina e Rússia-Ucrânia, que, em sua nomenclatura, já revelam um claro traço de enviesamento da análise e do fazer histórico. Nesse sentido, F. Fanon traz a necessidade de ter em vista que “A guerra é um negócio comercial gigantesco e toda a perspectiva deve ter isso em conta”, e, mesmo o resultado delas, escrito por quem seja, mas, geralmente de forma exclusiva pelos grupos hegemônicos vitoriosos, ou beneficiados por eles, acaba por ser colonizado por uma narrativa, bem como Beatriz Sarlo analisa a função do presente sobre um passado pouco debatido. 

Na tentativa de entender a função do historiador nesse momento histórico, pressionar nossas reflexões para produções emancipatórias e responsáveis, para com o presente e o futuro, dentre as complexidades, versões e fatores condicionantes da realidade, convidaremos palestrantes capazes de apresentarem novos conceitos, teorias e métodos para a compreensão dos eventos que marcam a história contemporânea, com ênfase em nossa realidade, nas notícias que ouvimos diariamente, além do novo da História – eixos temáticos, conceitos e pesquisadores/as – fundamentais para a formação dos graduandos do curso de História da Universidade Federal de Viçosa. Assim sendo, será uma oportunidade para estudarmos o presente com as ferramentas de historiadores e historiadoras, valorizando a nossa atuação e participação no debate público, além de observar possíveis interdisciplinaridades para a compreensão dos novos fenômenos que aparecem em cena.

JUSTIFICATIVA

Destinamos à Semana de História o espaço devido para discutirmos para além da linear e homogênea construção positivista do conhecimento científico das humanidades, que se faz demasiado arraigado na estrutura social das mentalidades. Propomos, assim, a possibilidade do encontro, sendo histórico, ancestral, oral, político e dissidente. Naturalmente, o intuito do presente projeto é abordar, a partir de alguns princípios norteadores fanonianos, as condições de Poder que inferem no discurso semântico e semiótico, a fim de introduzir um locus de dominância social em classes, sujeitos e grupos subalternizados. Com isso, nossa produção irá se conduzir por essas “entrelinhas” de histórias simultâneas, que não foram mitigadas por completo pelo aculturamento colonizador.

Apesar de sempre evidenciarmos uma História longe de objetiva e não estagnada em papéis limitados a uma necessidade maniqueísta de nutrir um discurso histórico, ainda fazemos recortes silenciosos, quase que para nós mesmos, diante de uma grade pouco mutável do Ensino Superior. Assim, buscamos, logo depois de reconhecermos a importância de decidirmos o próximo passo na “Encruzilhada” e partirmos em direção aos desdobramentos dos “Caminhos da História”, reivindicar, portanto, nosso papel histórico no presente. Atuando como mediadores do saber dessa grande colcha de retalhos mais que necessária para entendermos as complexidades e completudes do nosso presente, encaramos suas contradições, suas formas de aparecimento, suas raízes históricas, seus protestos enquanto corpo, povo, grupo, raça e, acima disso, suas manifestações e existências celebradas ainda que sobre um Estado de opressão e extermínio, se reconhecendo como sujeitos, comunidades e dignos de redes de afeto.

Entrementes, tanto necessário se faz dar notoriedade aos processos do presente, com olhos e ouvidos atentos às informações/progressões proporcionadas pela globalização, quanto discernir nesse mesmo espaço e tempo os campos ideológicos assumidos pelo aparato midiático dominado por uma ideologia de extrema direita, que constantemente está a disputar com o poder simbólico nos espaços de culto e cultura para aliciar sua face fascista, esta que se espreita e cresce em conjunto com as bases de poder de uma democracia frágil, calcada sobre uma política burguesa, conciliatória e anistiada.

Com isso, a intenção é incitar ao debate e à discussão historiográfica as vivências e as existências que perpetuam-se subalternizadas ante a ótica colonial. O que se apercebe neste tempo presente são práticas semelhantes a do passado, encontradas numa outra configuração de tempo, técnica e discurso, sob uma roupagem moderna e métodos mais sofisticados, à nova “Velha roupa colorida”. Portanto, torna-se primordial estabelecer recuos históricos para analisar a continuidade sistêmica de um Poder que ainda se manifesta sob a égide de avanço, civilização e progresso, surtindo como efeito o colonialismo digital, o ufanismo, o genocídio, o sionismo, a transfobia e o eurocentrismo, e tendo, assim, o papel da IX Semana Acadêmica de História a responsabilidade de trazer às mesas o debate histórico em suas entrelinhas, que, por vezes, acabamos por deixar escapar, manifestando, também, o intuito de capacitação continuada de professores/as diante da discussão do fazer histórico no tempo presente.

OBJETIVOS

Os eventos anuais da Semana de História debatem temas que condizem com as demandas dos estudantes do Departamento de História da UFV. Nos últimos anos, debatemos História da África, História e Cultura Indígena, Ditadura Civil-Militar Brasileira, História Cultural, Identidade brasileira, Educação e Divulgação Histórica. Neste ano, analisaremos a importância do ofício historiográfico nas vidas cotidianas e no fazer político da sociedade brasileira. É importante estarmos em pé de igualdade com tudo o que é caro para a historiografia atual, e, por consequência, com a sociedade civil. As guerras e golpes militares que se espalham pelo mundo são consequência de conflitos geopolíticos assentados pela colonização e pela Guerra Fria, colonização esta que, mesmo não existindo mais em seu estado clássico, se recicla e se renova de acordo com o avanço tecnológico, comunicacional e econômico, no qual nós chamamos de globalização.

No âmbito cultural, temas como as relações de interseccionalidade remetem às lutas por reconhecimento de gêneros, nacionalidades e raças, no que complexifica ainda mais as identidades culturais no atual contexto em que vivemos. Além destes, outros temas, como as questões do meio ambiente que nos afetam, relações intercontinentais, entre outros, são pensados para que nós tragamos para os estudantes do curso de História da UFV, futuros professores e historiadores, debates e mesas redondas que lhes abram uma vastidão de possibilidades de pensar o discurso historiográfico e o trabalho do historiador mais próximos à sociedade, inserindo-se nos principais debates públicos do tempo presente.

Nossos objetivos buscam mesclar as ciências, as artes, as políticas e o ser humano na construção do saber histórico dentro de suas diversas facetas sociais, buscando ouvir as vozes da História em seus mais diversos aspectos, lugares e protagonistas. Esperamos que a construção da Semana Acadêmica fomente em nossa comunidade a busca por projetos e pesquisas que foquem no eixo educativo, além de trabalhar meios para a inserção de novos trabalhos e desenvolvimentos científicos nas escolas e outros espaços de acesso público, como na internet, apesar de muitas pessoas ainda não terem acesso direto e seguro a esse espaço. Esse tópico, inclusive, pode ser uma das inquietações a serem trazidas nas mesas redondas.

Ressaltamos também a importância do evento ser construído com muito empenho pelos estudantes, sempre com responsabilidade e integração do curso com a comunidade universitária e também da cidade de Viçosa, se configurando como um projeto de extensão que abarca e discute grandes questões para o desenvolvimento do conhecimento histórico de forma democrática.  

Assim, a Semana tem o intuito de reunir representantes de diversos meios e pessoas interessadas no tema, sejam elas do meio acadêmico ou não, de modo a avançar nas discussões e conhecimentos que possam porventura ressurgir desse tipo de oportunidade, pois acreditamos que a interação entre pessoas diferentes e com saberes diversos é um dos pressupostos para o avanço do conhecimento, da educação, do respeito e do aperfeiçoamento das sociedades.

AÇÃO EXTENSIONISTA

No ano de 2024, enfatizando a importância do pilar extensionista da UFV, a Comissão Organizadora reconhece o sucesso de nossas ações extensionistas na última edição e preservamos a atuação da Semana nos campos de aproximação da universidade com a sociedade viçosense e da Zona da Mata mineira. Entendemos que a extensão é o que permite com que a produção, que ocorre dentro das universidades, chegue de maneira mais rápida no meio da sociedade, beneficiando a todos com o conhecimento científico. Em tempos em que a desinformação e a contestação dos saberes produzidos pela Educação Pública segue sendo marcas da sociedade atual, aproximar a Universidade e o saber científico da comunidade local se tornam formas de combater os riscos à democracia que permanecem na conjuntura atual.

A Comissão Organizadora da Semana de História da UFV buscará parcerias com a Secretaria de Educação do Município de Viçosa, e com as demais escolas inseridas dentro do município, com o intuito de promover a formação continuada dos professores da rede de educação municipal, e também a formação complementar dos alunos das redes públicas e privadas de Ensino de Viçosa. Objetivamos, com isso, estreitar os laços entre a Universidade Federal de Viçosa e a cidade em que está inserida, promovendo encontros diretos com a comunidade viçosense, levando a excelência científica produzida dentro das quatro pilastras para além delas, cumprindo com uma das funções sociais básicas da Universidade Federal e fortalecendo conexões entre o ambiente acadêmico do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes e a cidade de Viçosa e Zona da Mata.

Nesse sentido, não são beneficiados apenas os estudantes e professores do município de Viçosa, mas também todos os envolvidos na organização da Semana de História, considerando que terão contato direto com a ação extensionista, prezada pela UFV desde sua primeira década de existência, e também com o próprio público que terão de lidar depois de sua graduação, com a promoção de melhorias nas própria formação de professores de História da UFV.